“Nome. Idade. Diagnóstico. Meu nome é Hazel, dizia na minha vez. Dezesseis. Tireoide, originalmente, mas com uma respeitável colônia satélite há muito tempo instalada nos pulmões”.
Lançado em Julho desse ano pela Intrínsica, A Culpa é das Estrelas, do escritor norte-americano John Green, consegue cultivar humor inteligente e um romance inspirador em um solo que, à primeira vista, mostra-se pobre de esperanças e rico em resignação. O solo em particular é Indianópolis, onde vive Hazel Grace, paciente terminal que, por ideia da mãe, começa a frequentar um Grupo de Apoio buscando se livrar da aparente depressão.
“Sempre que você lê um folheto, uma página da Internet ou sei lá o que mais sobre o câncer, a depressão aparece na lista dos efeitos colaterais. Só que, na verdade, ela não é efeito colateral do câncer. É um efeito colateral de se estar morrendo.”
Durante as idas ao grupo, Hazel acaba cruzando com o jovem Augustus Waters. Dezessete anos. Osteossarcoma, um tumor maligno que costuma se propagar para os pulmões e, às vezes, para os outros órgãos. Mas o rapaz já tinha passado por tratamentos e atualmente estava em SEC (sem evidência de câncer). Gus – para os mais íntimos –, não era só câncer, no seu currículo constavam vaidade, olhos azuis, corpo bonito e um sorriso sedutor. “Na boa, vou logo dizendo: ele era um gato”.
Os dois acabam por construir uma caminho juntos, caminho cheio de carinho e bizarrices, tanto intelectuais quanto experimentais. Gus, por exemplo, anda com um cigarro nos lábios, mesmo sendo não fumante: “É uma metáfora, eles não matam se você não acender. Tipo: você coloca a coisa que mata entre os dentes, mas não dá a ela o poder de completar o serviço”. Já Hazel é obcecada pelo autor do seu livro favorito: “Era a única pessoa que eu conhecia que parecia (a) entender o que era estar morrendo e (b) não ter morrido”.
O que mais chama a atenção no livro é a maneira não mórbida com que o autor consegue dar continuidade a uma história que tinha tudo para ser mórbida, ao contrário, John Green consegue te fazer dar risinhos tímidos e até mesmo gargalhadas exageradas.
“Contei ao Augustus a versão resumida do meu milagre: diagnosticada com câncer de tireoide em estágio IV aos treze anos. (Não contei que o diagnóstico veio três meses depois da minha primeira menstruação. Tipo: Parabéns! Você já é uma mulher. Agora morra.)"
Claro que, por se tratar de um assunto tão intimamente ligado à morte, o livro desperta no leitor reflexões diversas sobre a grandeza do amor perante condições adversas, a brevidade da vida, a injustiça – ou não – do universo e as dores que nascem dos seus desígnios e, discretamente, religiosidade, vista às vezes através dos encorajamentos dos pais do Gus (palavras de auto-ajuda espalhadas pela casa), nos pais da Hazel e no grupo de apoio.
"'Oremos para que o Senhor consiga nos curar e para que possamos sentir Seu amor e Sua paz, que excedem todo o entendimento. E nos lembremos em nossos corações daqueles que um dia conhecemos, amamos e que foram para a Sua casa: Maria, Kade, Joseph, Haley, Abigail, Angelina, Taylor, Gabriel…' A lista era grande. Tem muita gente morta no mundo. E enquanto o Patrick continuava a ladainha, lendo a relação em uma folha de papel, fiquei de olhos fechados, tentando elevar os pensamentos em oração, mas a maior parte do tempo imaginava o dia em que meu nome ocuparia um lugarzinho ali, bem no fim da lista, quando ninguém mais está prestando atenção."
Qualquer um que esteja disposto a rir (e se emocionar muito), recomendo o livro. Leitura leve e muito agradável: uma tarde é o suficiente para o John Green perturbar todos os seus sentimentos. São 288 páginas que terminam no livro e continuam no leitor, vale a pena.
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Ano da Edição: 2012
Nº de Páginas: 288
Acabei de ler a resenha no blog da Barbara, agora aqui, vcs estão me deixando louco, não sei se vou consegui esperar até o proximo PBC p/ pegar com a Lana, vou comprar logo u.u
ResponderExcluirTo muito afim de ler esse livro,
parabens pela resenha e por me deixar com mais vontade de ler...
Eu até te emprestaria o meu... mas ele já tá emprestado e não sei quando vão me devolver, porque ele tá passando de mão em mão e já nem sei mais com quem ele tá.
ExcluirEu estou acabando de ler esse livro e ele é tão pateticamente lindo!! John Green é um dos meus autores favoritos, e quando eu peguei no livro, eu já sabia que ele não iria me decepcionar.
ResponderExcluirGreen tem uma capacidade pegar coisas mais simples, as coisas cotidianas e transformá-las em algo memorável. Meu livro está todo rabiscado de tantas frases legais que eu marquei U.U. Eu só espero que a editora lance os outros livros dele aqui no Brasil.
Parabéns pela resenha, como sempre, ela está muito legal.
Eu espero que a editora lance os outros livros dele também... acho que vão lançar, afinal, A Culpa é das Estrelas está fazendo sucesso notável com o público.
ExcluirEu preciso começar a seguir o ditado que diz para "não julgarmos um livro pela capa". Ao saber superficialmente sobre o que se tratava a história não me interessei muito, mas após ler a resenha, fiquei com vontade de lê-lo imediatamente (algo que eu já devia esperar). Ótima resenha Elder, e lembre-se de reservar o livro pra mim. =)
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirEstou lendo esse livro! Apesar de ser um pouco triste, sem esperança, os personagens vivem uma estória tão fofa, adorando a narrativa que está perfeita, fico me perguntando como Green conseguiu descrever tão bem, a Hazel, forte, corajosa e engraçada!
parabéns pela resenha!
Adorei o blog!
http://lovesbooksandcupcakes.blogspot.com.br/
“Contei ao Augustus a versão resumida do meu milagre: diagnosticada com câncer de tireoide em estágio IV aos treze anos. (Não contei que o diagnóstico veio três meses depois da minha primeira menstruação. Tipo: Parabéns! Você já é uma mulher. Agora morra.)"
ResponderExcluirEu ri dessa parte mesmo sem ter lido o livro kkkkkkkk'. Nossa, eu adorei sua resenha, me deixou morta de vontade de ler esse livro, mas não sei quando irei poder lê-lo. Tenho certeza de que irei chorar muito rsrs. Amei o seu blog, parabéns !
http://pelucia-corderosa.blogspot.com.br/
Eu tenho o livro e estou doido pra lê-lo (vou ter que passar ele na frente).
ResponderExcluirTodo mundo fala bem dele, mas eu nunca li um livro dessse tipo e estou com grandes expectativas.
Um grande abraço,
Otávio
www.shockbooks.blogspot.com
Oi Elder!!
ResponderExcluirMan, estou com muita vontade de ler esse livro desde que li a resenha da biah (ela leu em inglês, ainda não tinha sido lançado aqui). Sério, por todas as resenhas que já li desse livro, por tudo o que é comentado sobre ele... eu já me sinto apaixonada por "A Culpa é das Estrelas".
"São 288 páginas que terminam no livro e continuam no leitor" *---*
gostei muito da sua resenha! você é muito bom com as palavras. Abraços!!
Eu fiz uma troca e estou esperando chegar. Pelas resenhas que li, sinto que vou gostar MUITO do livro, principalmente nessas partes de humor irônico. Ansiosíssima!
ResponderExcluirBeijinhos!
Giulia - prazermechamolivro.blogspot.com
Eu adorei esse livro. Super recomendo. Uma história que era pra fazer verter lágrimas e lágrimas, mas que no fim só mostra como a vida sempre continua.
ResponderExcluirGostei da imagem, é bem os dois fofo
ResponderExcluirLindo livro alegre e triste hehe
bjos
Oi Elder, tudo bem?
ResponderExcluirAchei sua resenha um tanto cheia de spoilers, mas já li o livro então não me prejudicou =/
Também recomendo o livro, mas discordo da "leitura leve e muito agradável", John Green é muito sarcástico isso sim. Mas concordo com o "São 288 páginas que terminam no livro e continuam no leitor, vale a pena." O livro realmente continua a te perturbar após a leitura.
Abraços,
Nathy Miranda
http://www.natocacomacoruja.com/
É, talvez eu tenha esquecido de falar que o John Green é sarcástico e exageradamente ácido. Obrigado pela crítica, vou procurar tentar escrever menos spoilers nas próximas resenhas.
ExcluirOi Elder!!
ResponderExcluirEstou querendo ja faz um tempo ler esse livro, mas ainda nao tive a oportunidade, parece ser taao bom!
Parabens pela resenha ;)
bjoo
Eu estou morrendo de vontade de ler este livro! Simplesmente amei a resenha, e após tantos comentários positivos, sei que não vou me decepcionar :D
ResponderExcluirAbraço
Raquel, do http://spaceindaze.blogspot.com (retribuindo a visita!!!)
Esse livro é tão lindo *-*
ResponderExcluirChorei em diversas partes, gargalhei em outras tantas.
Adorei o desenhinho, o Gus com o cigarrinho na mão, a Hazel toda simpática.
Abraço
http://artesanatoelivros.blogspot.com
simplesmente perfeito, virou meu livro de cabiceira de cama. em um dia li tudo, e na boa, ja li mais umas 2x.
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