Título Original: The Walking Dead: Rise of the Governor
Autor(a): Robert Kirkman e Jay Bonansinga
Editora: Galera Record
Ano da Edição: 2012
Número de Páginas: 364
Na contracapa, a afirmação audaciosa: "Faz True Blood parecer com iCarly". No conteúdo, têmporas arrebentadas, sangue como chuva e apreensão ocupando os espaços brancos entre a multidão de palavras. Embora a ousadia da colocação, a brutalidade sanguinolenta da obra e o estado de tensão constante entre os capítulos a transformam em um grande teatro de horror, onde a humanidade serve de figurante e a protagonista é uma infecção incontrolável que misteriosamente reanima o corpo dos mortos.
O mundo doentio que serve de pano de fundo para história do livro é o mundo de The Walking Dead. Publicado como história em quadrinhos no ano de 2003, The Walking Dead alcançou o sucesso em 2010 quando teve a HQ adaptada para uma série de televisão de mesmo nome. Desde então, os zumbis galgaram mais alguns passos em direção à notoriedade e mais uma vez se tornaram funestas celebridades.
Embora a série televisiva não tenha caminhado nos mesmos caminhos que a história em quadrinhos percorreu, ela ainda ganhou destaque entre os fãs da história original e bateu recordes de audiência na exibição de seu primeiro episódio. Na terceira temporada da série de televisão, em exibição, The Walking Dead enfim começou a se alinhar com a HQ e incorporou na história o grande vilão dos quadrinhos: O Governador (Philip). O criador da história, Robert Kirkman, se negou a preencher os quadrinhos de flashbacks para explicarem a origem do déspota comandante da cidade de Woodbury, por isso, em 2011, lançou o primeiro livro de uma trilogia, The Walking Dead - Rise of the Governor, que narra as origens do eleito "o vilão do ano" pela revista americana Wizard.
The Walking Dead - A Ascensão do Governador gira em torno dos caminhos tomados por Philip Blake, sua filhinha Penny e seu irmão Brian pelo mundo devastado por causa do apocalipse zumbi. Bobby e Nick, dois antigos amigos de Philip, também acompanham o bando. Os cinco juntos formam um grupo de resistência nada comum que busca cruzar o estado da Geórgia em direção à Atlanta, onde as frequências de rádio insistem em divulgar a existência de um centro de refugiados, com comida, energia, remédios e um lugar onde se possa dormir longe dos ruídos provocados pelos mortos-vivos.
Os meios de comunicação vão se tornando inoperantes, os abrigos pelas estradas vão sendo perturbados por hordas de zumbis e o controle diante da situação vai se atenuando aos poucos como translúcida fumaça. Levantando tradicionais questões inerentes ao clima de fim de mundo e criando teorias relacionadas ao surgimento da infecção, o livro segue uma narrativa sufocante em terceira pessoa que consegue deixar uma curiosidade indiscreta ao final de cada capítulo.
Os autores conhecem bem as vísceras mais tentadoras para os zumbis, conhecem tanto que em alguns momentos o livro é recheado por nomes da anatomia e fisiologia humana. Nesse ambiente decorado por pútridas entranhas, os personagens são ainda mais apresentados ao caos provocado pela desordem social. Se deviam tomar cuidado com os mortos, agora, acima de tudo, devem prestar atenção nos vivos. O mundo está alterado e sujeitos tiranos surgem por todos os lados, dispostos a matar por um bom abrigo ou estuprar para terem uma recordação daquilo que costumavam chamar de prazer.
O próprio fanatismo religioso ganha espaço e por um momento Nick, que presenteia a obra com seus supetões de religiosidade, afirma que tudo não passa de um martírio fruto dos planos malévolos do diabo. Para Nick, o tinhoso está trabalhando contra Deus e obtendo sucesso, fazendo com que as almas dos homens fiquem presas para sempre no mundo material sem que possam desfrutar das regalias do paraíso. Matá-los, portanto, seria libertá-los do limbo putrefato em que vivem e enviá-los ao julgamento perante o divino.
O universo sem esperança do livro transforma aos poucos as concepções sobre vida que antes os personagens possuíam. Propriedade privada, leis do próprio esforço, direitos civis, imagens de dignidade, respeito e cidadania perderam sua legitimidade no mundo infestado por zumbis. O cenário de destruição molda a cabeça do homem que algum tempo depois se transformará no Governador, deixando-o cada dia mais cruel e afetando gradualmente o seu estado psicológico.
Devorei o livro sem piedade, não pela fome, mas pelo paladar que chamou a atenção. Quando jurava que ia ler só mais um capítulo e me pôr na cama, a leitura me colocava de pé com os olhos arregalados e me fazia atravessar a madrugada. Embora eu tenha encontrado alguns erros de revisão, e até determinado ponto tenha considerado o final previsível, recomendo a leitura da obra. Mas destaco que o livro pode ser lido de forma independente, sem a necessidade de que o leitor conheça o mundo de The Walking Dead existente nos quadrinhos a na série de televisão.
Nota: 4 corvos.
Embora a série televisiva não tenha caminhado nos mesmos caminhos que a história em quadrinhos percorreu, ela ainda ganhou destaque entre os fãs da história original e bateu recordes de audiência na exibição de seu primeiro episódio. Na terceira temporada da série de televisão, em exibição, The Walking Dead enfim começou a se alinhar com a HQ e incorporou na história o grande vilão dos quadrinhos: O Governador (Philip). O criador da história, Robert Kirkman, se negou a preencher os quadrinhos de flashbacks para explicarem a origem do déspota comandante da cidade de Woodbury, por isso, em 2011, lançou o primeiro livro de uma trilogia, The Walking Dead - Rise of the Governor, que narra as origens do eleito "o vilão do ano" pela revista americana Wizard.
The Walking Dead - A Ascensão do Governador gira em torno dos caminhos tomados por Philip Blake, sua filhinha Penny e seu irmão Brian pelo mundo devastado por causa do apocalipse zumbi. Bobby e Nick, dois antigos amigos de Philip, também acompanham o bando. Os cinco juntos formam um grupo de resistência nada comum que busca cruzar o estado da Geórgia em direção à Atlanta, onde as frequências de rádio insistem em divulgar a existência de um centro de refugiados, com comida, energia, remédios e um lugar onde se possa dormir longe dos ruídos provocados pelos mortos-vivos.
Os meios de comunicação vão se tornando inoperantes, os abrigos pelas estradas vão sendo perturbados por hordas de zumbis e o controle diante da situação vai se atenuando aos poucos como translúcida fumaça. Levantando tradicionais questões inerentes ao clima de fim de mundo e criando teorias relacionadas ao surgimento da infecção, o livro segue uma narrativa sufocante em terceira pessoa que consegue deixar uma curiosidade indiscreta ao final de cada capítulo.
Os autores conhecem bem as vísceras mais tentadoras para os zumbis, conhecem tanto que em alguns momentos o livro é recheado por nomes da anatomia e fisiologia humana. Nesse ambiente decorado por pútridas entranhas, os personagens são ainda mais apresentados ao caos provocado pela desordem social. Se deviam tomar cuidado com os mortos, agora, acima de tudo, devem prestar atenção nos vivos. O mundo está alterado e sujeitos tiranos surgem por todos os lados, dispostos a matar por um bom abrigo ou estuprar para terem uma recordação daquilo que costumavam chamar de prazer.
O próprio fanatismo religioso ganha espaço e por um momento Nick, que presenteia a obra com seus supetões de religiosidade, afirma que tudo não passa de um martírio fruto dos planos malévolos do diabo. Para Nick, o tinhoso está trabalhando contra Deus e obtendo sucesso, fazendo com que as almas dos homens fiquem presas para sempre no mundo material sem que possam desfrutar das regalias do paraíso. Matá-los, portanto, seria libertá-los do limbo putrefato em que vivem e enviá-los ao julgamento perante o divino.
O universo sem esperança do livro transforma aos poucos as concepções sobre vida que antes os personagens possuíam. Propriedade privada, leis do próprio esforço, direitos civis, imagens de dignidade, respeito e cidadania perderam sua legitimidade no mundo infestado por zumbis. O cenário de destruição molda a cabeça do homem que algum tempo depois se transformará no Governador, deixando-o cada dia mais cruel e afetando gradualmente o seu estado psicológico.
Devorei o livro sem piedade, não pela fome, mas pelo paladar que chamou a atenção. Quando jurava que ia ler só mais um capítulo e me pôr na cama, a leitura me colocava de pé com os olhos arregalados e me fazia atravessar a madrugada. Embora eu tenha encontrado alguns erros de revisão, e até determinado ponto tenha considerado o final previsível, recomendo a leitura da obra. Mas destaco que o livro pode ser lido de forma independente, sem a necessidade de que o leitor conheça o mundo de The Walking Dead existente nos quadrinhos a na série de televisão.
Nota: 4 corvos.
Muito boa sua resenha, Sr. Elder. Gostei da parte sobre fisiologia humana e fanatismo religioso. Quanto ao final, também achei um tanto previsível, principalmente depois de um determinado ocorrido. Mas o livro é bom mesmo assim. Sobretudo acho que ele é um livro sobre transformações, tanto do mundo quanto das pessoas. Mal posso esperar fevereiro pra ter o próximo volume em mãos.
ResponderExcluirOi Elder, vim mais p avisar que te indiquei numa tag, tem algum problema? aqui o link http://migre.me/bV9AN
ResponderExcluirObrigado :D
Pensei que o livro fosse uma versão do seriado. Eu sou A pessoa que nem se preocupa em ler a sinopse do livro... ¬¬
ResponderExcluirEu gostei muito desse livro, também coloquei sobre ele no meu blog. Acho que por eu ter visto a série antes do livro, acabei achando final nada previsível hahahaha É muito bom ver que mais gente gosta de TWD, voce assisti a série ? Muita gente reclamou que a série não é tanto sobre zumbis, acho que é por isso que gosto tanto.
ResponderExcluirwww.naquelemomentoeujuro.blogspot.com
ótima resenha!
ResponderExcluirsó vi o primeiro episódio da série e ...sei lá... esse estilo não é minha praia.
Mas quem sabe futuramente ;)
Gostei da resenha!
ResponderExcluirSempre tive vontade de ler o livro, porém acabo passando outros na frente, rs.
Larissa,
http://garotameiosangue.blogspot.com.br
Achei sua resenha deveras interessante e gostaria muito de ler o livro. Deve ser muito bom, ainda + pelo fato de que ele te deixava ligadão na trama. Adoro livros que tiram o sono.kkk
ResponderExcluirBom começo de semana.
Beijos!
Paloma Viricio- Jornalismo na Alma
Muito boa a resenha!
ResponderExcluir"Faz True Blood parecer com iCarly"? Cadê o botão "comprar agora" nessa postagem? usahdsuadhsaudh Sou fã de TWD (série) e ainda não li as HQ, assim como esse livro, que tá na minha lista de desejos faz tempo.
ResponderExcluirCarlos Magno,
http://cantinadolivro.blogspot.com.br
Ótima resenha Elder, me peguei em determinado momento desejando que tu revelasse mais do enredo, pois ela realmente instigou minha curiosidade a respeito do livro. Muito boa mesmo.
ResponderExcluirÉ a primeira resenha que leio desse livro, confesso que comecei a me interessar mais por esse livro, por gostar muito da série de tv, sua resenha foi mais que positiva, acho que com certeza lerei esse livro!
ResponderExcluirbeijos
Jéssica - Strawberry de livros e filmes
Oi, Elder.
ResponderExcluirAi... Eu detesto histórias sobre zumbis. Hahaha! É sério. Aliás, zumbis, vampiros, demônios, monstros... Nem sei como fui simpatizar com Crepúsculo, deve ter sido apenas pelo romance. Mesmo assim, gostei da sua resenha. Cheia de detalhes, convida o leitor a desejar o livro - não eu, mas já expliquei por quê.
E você lê isso antes de dormir? Eu sonho com tudo que vejo, penso, digo e até com aquilo que nem sei que está sendo capitado pelo meu inconsciente durante o dia. A maior parte do que escrevo - romances inteiros ou vários capítulos dos mesmos - é baseada nos meus sonhos. Alguns são lindos, outros são horríveis.
Nem sempre um final previsível é ruim. Acho que certas histórias são agradáveis justamente por causa dos clichês.
Beijos,
Isie Fernandes - de Dai para Isie
Ainda nao comecei a ver, to devendo, e o pessoal aqui fica soltando spoilers, mas fazer o que, ando muitoo sem tempo.
ResponderExcluirOlha, eu não gosto da série de TV e sinto que iria gostar ainda menos desse livro, simplesmente por não curtir o enredo. :/
ResponderExcluirUm beijo,
Luara - Estante Vertical
Quem sabe eu curta esse livro? Eu nunca vi a série de TV, sério. Mas estou pensando em começar a ver. Após ver pelo menos uns episódios, se eu gostar, seria bom ler o livro HAHA'.
ResponderExcluirAbraço, PEDRO TELES XD~
http://www.sickforbooks.blogspot.com.br/
Ótima resenha. Senti esse apetite...
ResponderExcluirOi,
ResponderExcluirO livro parece ser bem interessante, mas não tenho vontade de lê-lo, do mesmo jeito que não tenho vontade de ver a série, rs.
Beijos!
Acabei de conhecer seu blog, graças ao comentário que você deixou no meu (acidamentesensivel.com) e eu o adorei! Parabéns pelo excelente trabalho.
ResponderExcluirBeijinhos da Djeni :)
Elder!
ResponderExcluirNossa! Não sabia que tinha o livro, apenas o HQ e a série na TV. Gostei muito da sua forma de expressão para resenhar, termos diferenciados e opinião sincera, muito bom.
Agradeço sua doce visita ao blog e venho retribuir com meu carinho! Obrigada, volte sempre!
" Deus é alegria. Uma criança é alegria. Deus e uma criança têm isso em comum: ambos sabem que o universo é uma caixa de brinquedos. Deus vê o mundo com os olhos de uma criança.Está sempre à procura de companheiros para brincar."(Rubem Alves) Vamos nos divertir!!!
Passando para desejar um semana repleta de alegria, felicidade e muito amor, e, um mes iluminado pelo sol do verão que vai chegar!!!
Blogueiras Unidas 1275!
Luz , paz e amor no coração!
Cheirinhos
Rudy
BLOG ALEGRIA DE VIVER E AMAR O QUE É BOM!
"Faz True Blood parecer com iCarly". Dessa eu gostei, rsrs
ResponderExcluirAchei muito interessante o livro pela sua resenha, e fiquei bastante curiosa, mesmo lendo quase nada desse tipo de livro.
Tem um meme no meu blog pra vc:
http://sete-viidas.blogspot.com.br/2012/12/meme-eu-e-os-livros.html
Bjss
Comprei esse livro porque sou fã do seriado, mas confesso que não li nem a sinopse ainda hehe
ResponderExcluirGostei muito da resenha e acredito que quando começar a ler vou ficar igual você, querendo ler só mais um capítulo e lendo tudo (espero).
Conheci a história pelo seriado, então é bacana ler alguma coisa para conhecer um pouco mais sobre The Walking Dead.
Bjo
Olá, seguindo o seu também, e aproveito para lhe convido para participar da promoção que está rolando lá no blog.
ResponderExcluirAbraço!
http://www.falandodelivros.com/2012/12/sorteio-quase-mortos.html
Não tinha ideia de que existia um livro... E todo mundo falando da série... Uhul! KKk
ResponderExcluirEnfim, obg pela visita lá no blog, e eu voltei à ativa!
Beijinhos, Babi
http://a-viajante-dos-livros.blogspot.com.br/
Também leio os quadrinhos e gosto bastante. A série está bem diferente, mas de uma forma ou de outra, estou gostando, agora na 3º temporada ainda mais...
ResponderExcluirAdorei o post!
:)
Camila - Ninho de Fogo
Que horror... u.u
ResponderExcluirGostei da resenha, foi bem completa!
ResponderExcluirAmo inteiramente esses livros que nos deixam acordados, lendo, imaginando as cenas. E livros que também são bem...sangrentos. kkkk diferente de nossa realidade!
Vou ler com certeza!
Beijos, Lê
palaciodelivros.blogspot.com