1. Jardim Asteca (3:49)
2. Curandeiro de Velhos Perdidos (3:24)
3. Mapa do Deserto (2:36)
4. Discurso Batido (2:04)
5. Aconchego (4:40)
6. A Massa Que Dá Fortuna (3:29)
7. Carne (4:30)
8. Fossêmos Gatos (3:22)
9. Holga (3:01)
10. C'Alma (5:06)
11. Vermute (3:00)
12. De Onde Não Se Vê o Céu (3:57)
13. Esperanza | Matschulat Remix (3:05)
O disco conta a saga de um protagonista sem nome, que vaga por cenários realistas e absurdos - desde uma caminhada pela avenida Paulista até o vislumbre de um jardim asteca no meio do sertão - questionando seus próprios demônios e enigmas, botando em cheque os costumes sociais, a normalidade, os vícios da memória, a vida eterna e o paradoxo da perfeição.
carne - car.ne: 1. Tecido muscular do homem e dos animais. 2. Tecido muscular dos animais terrestres que serve de alimento para os homens. 3. Natureza humana, do ponto de vista da sensibilidade. 4. O oposto de Espírito.
Os homens e suas carnes pensantes digeridas pelo tempo. O espírito e sua constante disputa com os anseios da carne. O juízo e a sua estrutura abalada pela carne que se faz fraca. O indivíduo como carne de sentimentos que é consumida pelos outros indivíduos famintos de sensibilidade. É carne de mais? É carne na medida certa. Lembro da minha mãe se referindo à união estável: o vínculo entre duas carnes para a construção de uma carne só. Esse homem-carne que é marcado pelos danos irreversíveis do passado e pelo caminho em direção à luz no fim da luta.
Carne, primeiro disco da banda Bratislava, desponta, logo na primeira faixa, com os lugares que esse homem de carne, protagonista do álbum, desbravou e o que ele enxergou, ou pensou ter enxergado, durante sua jornada incorpórea ou não, situando o ouvinte no espaço e convidando-o para conhecer os diferentes locais percorridos durante o álbum. Os lugares vão desde o quintal da casa do protagonista até o deserto que ele considera ser o seu carpete, passando pela noite paulistana, o estado do Pará e também o Uruguai, entre outros.
O rock, carregado de experimentalismos e misturas, é acompanhado pelas letras que, ainda que pareçam individuais e isoladas, funcionam no coletivo, como se o disco fosse um audiobook e cada faixa fizesse o papel de um capítulo na história do protagonista. O capítulo (ou faixa, depende da analogia) que para mim se marcou como um dos pontos altos dessa história foi Discurso Batido, onde o protagonista vive as reminiscências da infância.
"Eu não sei o que te atrai
Nas plantas novas do quintal lá de casa.
Eu não sei o que te atrai
Nos gritos de poder."
O som, que no primeiro momento pode lembrar Mombojó ou até Velhos e Usados, me despertou tanto interesse que considerei uma injustiça não divulgar a banda tanto no blog quanto nos meus círculos sociais. Portanto, a minha dica é que ninguém se restrinja a abusar desses altos índices proteicos de qualidade musical presentes em Carne.
Integrantes:
Alexandre Meira (Guitarra/Vocais)
Edu Barreto (Guitarra)
Ricardo Almeida (Bateria)
Conheci Bratislava recentemente, e apesar de ainda não me dar muito bem com as letras das músicas, curto muito o som deles em si. Os arranjos são muito bons (Curandeiros de Velhos Perdidos que o diga) e eles conseguem fazer um rock de boa qualidade.
ResponderExcluirEnfim, o texto está ótimo Elder, gostei muito.
"Altos índices proteicos de qualidade musical presentes em Carne", não pude deixar de rir ao ler isso, é genial. haha
Muito massa!!!
ResponderExcluirEssa banda tem futuro!!!
Vou escutar até aprender!! \o/
Mas tu escutaste só a música do post?
ExcluirBaixa e escuta o álbum inteiro que vale a pena :D
Nunca ouvi falar, mas não faz meu estilo não rsrsrs
ResponderExcluirMas sucesso pros caras né?
Bjokas
Flavia - Livros e Chocolate
Sim, sim, muito sucesso pra eles.
ExcluirNão conhecia essa banda, mas parece ser boa, mesmo não sendo muito meu estilo :)
ResponderExcluirBeijos, Rayra Mirelem
Books Lovely
que legal a banda :)
ResponderExcluirhttp://himi-tsu.blogspot.com.br