Um pouco antes da Segunda Guerra Mundial, a palavra holocausto remetia a imagem de rituais religiosos antigos, onde plantas, homens e animais eram sacrificados e eram queimados em oferta às divindades da antiguidade. Do grego holos ("inteiros") e kaustós ("queimar"), a palavra holocausto designa coisa/algo "queimado por inteiro". Mas a partir da Segunda Guerra Mundial, a palavra passou a ter mais outro significado e hoje é utilizada para fazer referência ao extermínio de milhões nos campos de concentração nazistas. Subintitulado A História de Um Sobrevivente, Maus recria o horror vivido pelos pais do escritor e cartunista Art Spiegelman no Holocausto.
Em 1992, o prêmio Pulitzer, dedicado a pessoas que realizam trabalhos de excelência na área jornalística, foi dado pela primeira vez a uma história em quadrinhos: Maus, de Art Spiegelman, a dita história que retrata sobreviventes dos campos de concentração de Auschwitz. Maus, que teve seu primeiro volume publicado em 1986 e o segundo em 1991, acabou com a ideia de que histórias em quadrinhos deveriam estar sempre associadas a humor ou temas infantis. Essa premiação abriu o debate sobre a inserção dos quadrinhos na literatura e nas artes em geral, mostrando o valor da graphic novel como estilo jornalístico. Maus também abriu caminho para uma corrente dentro da HQ: a da autobiografia – conhecida como Quadrinhos Verdade.
Maus descreve a experiência do holocausto vivida por Vladek, pai de Spiegelman. O cartunista vive ele mesmo na história tentando reconstruir em quadrinhos a jornada do pai desde sua juventude até o confinamento em Auschwitz. O quadrinho, que retrata os nazistas como gatos, os judeus como ratos, os poloneses como porcos e os americanos como cães, tenta distanciar o leitor da crueldade e horrores desumanos e guiá-lo, por meio dessas representações dos homens como animais, apenas pelo caminho da fábula. Embora a tentativa de suavizar o terror, é difícil não se espantar com a crueldade dos métodos nazistas ao lembrar que não são ratinhos, nem gatos, mas de fato humanos.
A história se alterna entre passado e presente, mas também foca na vida interior dos personagens, refletindo a confusão que o holocausto deixou em cada um. E mesmo que o foco da narrativa esteja nos campos de concentração, é também explorado o relacionamento difícil de Spiegelman com seu pai. Em um dado momento da história, o cartunista admite: "Não consigo entender nem o relacionamento com o meu pai. Como conseguirei entender Auschwitz?" O esforço para transformar o testemunho e a história do pai em "arte" é um dos dramas centrais da obra.
Nas lembranças de Vladek, estão as histórias de horror que já conhecemos das aulas de História: experimentos com venenos, malária, esterilização, congelamento, câmaras de gás e a conhecida marcha da morte. Os prisioneiros nos campos de concentração eram submetidos aos tratamentos mais adversos e aos ambientes mais impróprios possíveis de se imaginar. Mesmo com toda a descrição que muito se tem de como era a situação nos campos, é incômodo conhecer outros detalhes sórdidos sobre o holocausto. E ainda que o pai do cartunista tenha sobrevivido, ele é nada mais que uma pálida sombra do que era antes de Auschwitz.
Li há algum tempo uma resenha sobre essa graphic novel e, como o tema histórico me chama atenção, acabei comprando a HQ (um bom tempo depois de ler a tal resenha). Quem gosta de livros sobre a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto, Maus é uma leitura obrigatória. Confesso que comecei sem tantas expectativas e, quem sabe por isso, acabei me surpreendendo e me envolvendo demais com toda a situação apresentada por Spiegelman. Maus é um bom passo inicial para quem não é acostumado a ler HQs e, para quem gosta de ler, é um passo quase obrigatório.
Editora: Quadrinhos na Cia.
Ano da Edição: 2005
Páginas: 296
Em 1992, o prêmio Pulitzer, dedicado a pessoas que realizam trabalhos de excelência na área jornalística, foi dado pela primeira vez a uma história em quadrinhos: Maus, de Art Spiegelman, a dita história que retrata sobreviventes dos campos de concentração de Auschwitz. Maus, que teve seu primeiro volume publicado em 1986 e o segundo em 1991, acabou com a ideia de que histórias em quadrinhos deveriam estar sempre associadas a humor ou temas infantis. Essa premiação abriu o debate sobre a inserção dos quadrinhos na literatura e nas artes em geral, mostrando o valor da graphic novel como estilo jornalístico. Maus também abriu caminho para uma corrente dentro da HQ: a da autobiografia – conhecida como Quadrinhos Verdade.
Maus descreve a experiência do holocausto vivida por Vladek, pai de Spiegelman. O cartunista vive ele mesmo na história tentando reconstruir em quadrinhos a jornada do pai desde sua juventude até o confinamento em Auschwitz. O quadrinho, que retrata os nazistas como gatos, os judeus como ratos, os poloneses como porcos e os americanos como cães, tenta distanciar o leitor da crueldade e horrores desumanos e guiá-lo, por meio dessas representações dos homens como animais, apenas pelo caminho da fábula. Embora a tentativa de suavizar o terror, é difícil não se espantar com a crueldade dos métodos nazistas ao lembrar que não são ratinhos, nem gatos, mas de fato humanos.
A história se alterna entre passado e presente, mas também foca na vida interior dos personagens, refletindo a confusão que o holocausto deixou em cada um. E mesmo que o foco da narrativa esteja nos campos de concentração, é também explorado o relacionamento difícil de Spiegelman com seu pai. Em um dado momento da história, o cartunista admite: "Não consigo entender nem o relacionamento com o meu pai. Como conseguirei entender Auschwitz?" O esforço para transformar o testemunho e a história do pai em "arte" é um dos dramas centrais da obra.
Nas lembranças de Vladek, estão as histórias de horror que já conhecemos das aulas de História: experimentos com venenos, malária, esterilização, congelamento, câmaras de gás e a conhecida marcha da morte. Os prisioneiros nos campos de concentração eram submetidos aos tratamentos mais adversos e aos ambientes mais impróprios possíveis de se imaginar. Mesmo com toda a descrição que muito se tem de como era a situação nos campos, é incômodo conhecer outros detalhes sórdidos sobre o holocausto. E ainda que o pai do cartunista tenha sobrevivido, ele é nada mais que uma pálida sombra do que era antes de Auschwitz.
Li há algum tempo uma resenha sobre essa graphic novel e, como o tema histórico me chama atenção, acabei comprando a HQ (um bom tempo depois de ler a tal resenha). Quem gosta de livros sobre a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto, Maus é uma leitura obrigatória. Confesso que comecei sem tantas expectativas e, quem sabe por isso, acabei me surpreendendo e me envolvendo demais com toda a situação apresentada por Spiegelman. Maus é um bom passo inicial para quem não é acostumado a ler HQs e, para quem gosta de ler, é um passo quase obrigatório.
Título: Maus, A História de Um Sobrevivente
Título Original: Maus, A Survive's Tale
Autor: Art Spiegelman
Arte: Art Spiegelman
Ano da Edição: 2005
Páginas: 296
Oi Elder!
ResponderExcluirEsse foi um dos livros que meu professor de história passou para fazermos um trabalho. Adorei a diagramação dele, super bem feita. Eu só dei uma folheada, pois não achei com um preço bom, sabe? :x
Mas todos os meus amigos que leram super indicam. Eu adorei essa forma de colocar os personagens da história como animais, PERFEITAMENTE irônico e crítico.
Um beijo,
Luara - Estante Vertical
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirEu sempre me interesso por livros que falam de história, guerras, holocausto, mas nunca vi nenhum em formato de graphic novel. Achei super interessante e me deu muita vontade de ler. Ainda mais sabendo que ganhou o Pulitzer, e eu como estudante de jornalismo, também sempre me interesso por obras que ganham o prêmio.
ResponderExcluirVou procurar pra comprar.
Bjo
Oi.
ResponderExcluirEu não dispenso leituras sobre a guerra, apesar de normalmente me levarem as lágrima pelos fatos narradas. Nunca li nada sobre a época em graphic novel, fiquei bem interessada, vou procurar.
Beijos
Leituras da Paty
Gostei muito da sua resenha mas não sei se leria o livrinho.. Sei lá, acho que não me agradou =/
ResponderExcluirQue bom que tenha gostado da história.
Obrigado por comentar no meu blog.
Beijo
Gabriel - Corações de Neve
Muito interessante, fiquei com muita vontade de ler.
ResponderExcluirJá tinha ouvido falar do livro através de um canal no YT, mas nunca tinha parado para ler uma resenha. Admito que a Segunda Guerra Mundial e tudo que envolve guerras e sofrimento não me atrai muito, mas fiquei bem curiosa pelo fato da história ser contada em quadrinhos, quem sabe isso não me faça ler mais pra frente né? *-*
ResponderExcluirE enfim eu mudei o nome do blog \o. Depois de muito pensar com os meus botões, decidi mudar nome e url, e vamos ver no que da né? conto com a sua opinião para saber se a mudança foi positiva, hein? u_u aushdiadhaudiuasd
Beeeeeijinhos e uma ótima semana! :*
http://inconstantecontroversia.blogspot.com.br/
Ahhh adorei a resenha do livro, parece uma boa pedida.
ResponderExcluirVou procurá-lo por aqui *-*
adorei as fotos também.
beijos
Amy - Macchiato
Parece bem interessante.
ResponderExcluirAdoro o tema e gosto muito de HQs.
Vou dar uma olhada na Cultura pra ver se acho.
Beijos,
Carissa
Arte Around The World
esse livro é divino!
ResponderExcluirEU simplesmente adorei, me indignei com a historia, chorei!
Aaahhh
fiquei com vontade de ler outra vez!
Adorei a resenha!
Bjokas
Flavia - Livros e Chocolate
Oi, Elder.
ResponderExcluirAcho que eu sou meio ao contrário. Meu Deus, eu não aguento histórias sobre as Guerras e o Holocausto. Fiquei muito triste depois de assistir ao final de O Menino do Pijama Listrado. Realmente, esse livro não é para mim, com toda essa minha sensibilidade. O trecho que você colocou é perfeito, me fisgou. Se eu não soubesse qual o tema central, mergulharia nessa leitura de cabeça.
Parabéns pela resenha tão boa, como sempre. ;)
Beijos,
Isie Fernandes - de Dai para Isie
Adorei a história, li duas vezes. Peguei emprestdo da biblioteca da faculdade.
ResponderExcluirLi Maus há uns aninhos e, cara, é genial! Foi o primeiro e o único livro de quadrinhos que li, nem tinha assim certeza se iria curtir, mas a forma como o autor tratou o tema foi surpreendente. Gostei demais, é um daqueles livros para se ter na estante (pena que o que eu li foi emprestado).
ResponderExcluirBj, Livro Lab
ola alguem pode me ajudar quem ja leu esse livro me fala um pouco dele pois tenho que fala desse livro e entregar hoje?
ResponderExcluirola alguem pode me ajudar quem ja leu esse livro me fala um pouco dele pois tenho que fala desse livro e entregar hoje?
ResponderExcluirÉ só ler a resenha acima, amigo.
ExcluirOi Elder, tudo jóia?
ResponderExcluirTambém sou formada em Ciências da computação!
Olha, esse livro foi um dos mais geniais que já li, e foi a primeira HQ adulta que devorei (inclusive fez com que me interessasse por quadrinhos adultos, embora eu não tenha tanto o costume de ler o gênero). Tudo em Maus é sensacional: a trama em si, o texto, a maneira como foram representados os diferentes personagens. Certamente, um daqueles livros que a gente recomenda para todo mundo!
Beijos!
Meu irmão comprou essa HQ já faz um tempo mas não me interessei tanto para pegar emprestado, apesar de eu adorar ler sobre a Segunda Guerra Mundial. Porém bati um papo com ele e acabei sendo convencida rsrs mas ainda não li, pretendo ler em breve. Ótima resenha e gostei de você não ter entregado nada do plot da história ao mesmo tempo instigando a leitura :)
ResponderExcluirAbraços!