Talvez milhares de pessoas neste momento estejam se acomodando em suas poltronas reclináveis enquanto preparam-se para assistir televisão. No final de um dia exaustivo, refugiar-se do mundo por intermédio da TV e deixar-se imergir nas programações televisivas é quase um ritual sagrado para muitos afora. Nessa atividade corriqueira, abrimos nosso cérebro enquanto nossa consciência quase adormecida se torna alvo de imagens que nos passam despercebidas pelos olhos, imagens ocultas.
O subliminar exerce uma força extraordinária sobre a mente humana, estabelecendo um fluxo direto entre a imagem e o inconsciente que a censura não é capaz de bloquear. O cinema bem como a televisão são meios ideais para se transportar violência, sexo e perversidade direto para os nossos cérebros sem que nossos olhos percebam. É utilizando-se dessa concepção que o autor Franck Thilliez conquista o leitor com sua narrativa carregada de cinema, neurociência e um pouco de ficção histórica.
Em breve, bastará que uma propaganda entre em nosso campo visual ou sonoro para que sejamos influenciados. Mesmo se olhos e ouvidos não prestarem atenção, ela será programada de maneira a estimular os circuitos de memorização e os processos de compra. É o futuro.
O livro é um thriller médico ambientado na França que desponta com a cegueira repentina de um homem enquanto ele assiste um filme antigo recém comprado e repleto de mensagens subliminares. Em outro lugar, não tão distante, corpos são encontrados soterrados em um canteiro de obras. É nesse ambiente que somos apresentados ao inspetor Franck Sharko e a investigadora Lucie Hennebelle, que descobrem aos poucos relações curiosas entre o estranho filme e os corpos descobertos na construção.
É instigante como o autor revela pontos curiosos do sistema nervoso humano e também algumas imperfeições da nossa visão, mostrando que as ilusões de óptica estão aí pra ratificar o quanto nossos olhos são constantemente enganados. No meio do texto, encontra-se conceitos interessantes como o de neuromarketing, uma nova arma para chegar à mente do consumidor, ou a neuropolítica, uma maneira de convencer o inconsciente a votar ou confiar em um determinado representante político apenas com a imagem.
É difícil não ficar paranóico em alguns momentos da leitura, tão paranóco a ponto de deixar o livro de lado por um instante e ir se aventurar no Google. A neurociência da violência toma corpo na história a medida que a polícia persevera para descobrir quem está por trás dos corpos encontrados e do filme estranho que levou um homem à cegueira. Embora o excesso de frases clichês, o livro contém personagens bem construídos e um enredo que sem dúvida mantém o leitor voando na história.
Para o que não foi a minha surpresa, entrei no Google e logo descobri que o Mark Heyman (roteirista de Cisne Negro) foi alocado esse ano pela Paramount para adaptar o romance do Franck Thilliez. Não existem datas, por enquanto, nem definição de elenco, mas tenho certeza que até aparecer pelo um trailer ainda existe tempo o suficiente para conhecer um pouco mais sobre mensagens subliminares e experiências macabras durante o século XX.
Título Original: Le Syndrome E
Autor: Franck Thilliez
Editora: Intrínseca
Ano: 2013
Páginas: 368
Muito bom! O gênero terror é um dos que mais me atrai na literatura. Quero esse livro emprestado já. Parabéns pela resenha.
ResponderExcluirOi!
ResponderExcluirSó digo uma coisa: eu tenho que ler esse livro u.u'
A temática que o livro aborda é impressionante *o*
Parabéns pela resenha.
Abraços.
Entre Livros e Livros.
http://musicaselivros.blogspot.com.br/
Elder, eu li sua resenha faz uns dias e só hoje venho comentar rsrsrs
ResponderExcluirEu achei a mesma coisa que vc achou sobre o livro. O autor trabalhou muito bem a questão psiquica do ser humano e a neurociência. Fiquei paranoico tbm rsrs aquele filme é arrepiante.
Abraços
Descobrindolivros.blogspot.com.br
Desde que eu era pequena, sempre me interessei por mensagens subliminares e até hoje um dos meus maiores medos é de minha mente fugir do controle. Dito isto, quando fui à turnê da Intrínseca e soube que lançariam A Síndrome E, comecei a guardar as economias do mês. Porque há tantos críticos ressaltando a sagacidade do autor que coisa ruim com certeza não deve ser. Excelente resenha. :)
ResponderExcluirAbraço
Clara
labsandtags.blogspot.com
Estavas lá na turnê? Nem te vi (se bem que tinha muita gente), mas sobre o autor, sim, ele é muito sagaz e me surpreendeu.
ExcluirIncrível. Eu imaginei outra coisa, gosto quando misturam ficção com realidade e nos deixam paranóicos p conferir se aquilo existe mesmo ou é só parte do livro.
ResponderExcluirMe interessei, quem sabe uma das minha futuras leituras HAHAHA.
Abs :D
http://tediosoc.blogspot.com
Oi, Elder.
ResponderExcluirMuito bom! É de deixar o leitor meio paranoico mesmo. Tomara que o filme saia logo, mas o livro deve ser bem mais complexo.
Beijos,
Isie Fernandes - de Dai para Isie