É como se ontem a ideia do intercâmbio tivesse surgido em mim e como se ainda ontem eu tivesse tomado a decisão de me inscrever no Ciência sem Fronteiras. Um caminho de longas burocracias e tantas outras formalidades foram atravessados para que agora eu estivesse digitando esse texto enquanto espero (com sono) na sala de embarque do aeroporto. Um caminho de (quase) exatamente sete meses e dezoito dias que foi marcado por experiências intensas e pela criação de grandes amigos virtuais que compartilharam comigo o mesmo desespero.
É estranho afirmar que todos esses dias de espera até esse grande dia poderiam caber num único dia (apelidado por mim, no início do texto, de ontem). O que acontece é que toda a correria dos últimos dias misturada com a espera dos primeiros meses resultaram numa inconstância. O dia chegou e ainda parece que falta tanto a ser feito, mesmo que tanta coisa já tenha sido preparada. O que importa é que agora, depois de tanto estresse, os Estados Unidos me espera e a cada minuto que passa nos vemos apenas separados por um voo de quase dez horas (e uma imigração).
Em tão pouco tempo, ou pelo menos desde a última postagem sobre o intercâmbio (quando fiquei sabendo que ia para os EUA), participei de uma maratona cansativa apelidada com carinho por mim de "corrida pela papelada". Uns quantos papéis acrescidos de outras tantas correrias atrás de assinaturas (somadas de algum estresse ocasionado pela espera) resultaram, enfim, na minha carta de aceite para o curso intensivo de inglês: State University of New York, Genesee Community College.
Logo após saber, enfim, qual seria meu destino, começou minha correria master de todas as correrias: ir pra algum consulado (todos distantes de casa) tirar o visto norte-americano. Gastei algum dinheiro com passagens de avião caríssimas, mas no final (de dias regados a sol e filas) consegui ter o visto aprovado para estudar nos EUA. O que me restou, então, foi voltar para casa com meu visto em mãos e ir me despedir dos amigos antes da viagem para a terra das Obamas (nota mental: se tem uma coisa que me incomoda muito na hora de viajar de avião é (1) a decolagem, (2) o voo e (3) o pouso).
É complicado deixar para trás pessoas por quem você nutre grandes afetos (ou pelo menos está sendo complicado pra mim) e ir em direção a um mundo até então completamente novo. Sejamos sinceros, o que eu gordinho e brasileiro posso esperar dos EUA? No mínimo um bullying suave e a cabeça mergulhada na privada toda a semana (mentira que sou muito legal por dentro e as pessoas irão gostar de mim... eu espero). Na realidade, minhas expectativas estão em alta (junto com o dólar) e acredito de verdade que todo esse tempo irá de certa forma amadurecer algum lado dentro e fora de mim.
Na segunda-feira (dia 19 de agosto), chego em Buffalo, Nova York e dou início a minha aventura. No aeroporto já encontrarei meus futuros companheiros de curso e depois irei para cidade onde está localizada a instituição onde farei o curso de inglês: Batavia, Nova York. É uma cidade pequena, simples, porém muito bonita e organizada, em resumo, um cenário perfeito para algum filme de terror no estilo O Massacre da Serra Elétrica.
No mais, daqui a pouco embarco rumo ao meu futuro lar e como sempre que boto os pés em algum avião acho que vou morrer, deixarei como último parágrafo um honesto agradecimento a todos os que direta ou indiretamente são responsáveis por essa reviravolta na minha vida. Espero aproveitar essa chance com afinco e torço para que ela me auxilie de alguma forma a fazer algo grande e especial com a minha vida.
"É uma cidade pequena, simples, porém muito bonita e organizada, em resumo, um cenário perfeito para algum filme de terror no estilo O Massacre da Serra Elétrica." Hahahahahahahah.
ResponderExcluirVai ser ótimo! =D
Ai meu deus, impossível não rir apesar da tensão clara que tais sentindo. Espero que tu aproveite muito essa oportunidade, não morra e volte com as novidades pra contar aqui no blog.
ResponderExcluirAbs
Ain Élder, adoro seu senso de huumor. kkkkkkkk (:
ResponderExcluirElder*
ExcluirAi, que amor. E que dor.
ResponderExcluirEnfim, cabem muitos ais.
O importante é que essa experiência vai ser enriquecedora pra ti e espero que tires o máximo de proveito de tudo! (E se tu sofrer bullyng manda as fotos dos malditos que coloco na boca do sapo aqui no Brasil, o melhor mercado e macumba do globo. Ê!)
Vou sentir MUITA falta de ti por perto, mas graças as interwebs vamos nos manter conectados.
Tenha uma viagem maravilhosa e CARPE DIEM!
PS: NÃO.DEIXE.DE.ESCREVER.NO.BLOG! Estarei de olho.
Mwah.
Sempre um prazer ler seus textos! Esse, confesso, meio angustiante!!!! De despedida, suspense, ansiedade... Não ter me despedido pessoalmente torna tudo pior. Enfim, peguei hoje na sua meu livro sobre pesquisa científica e, claro, fui às lágrimas num abraço com sua mãe! Absorva tudo de bom e, quanto ao bullyng, abstraia!!!!! Até breve!!!
ResponderExcluir...na sua *casa
ExcluirParabéns cara! Você, na outra postagem, disse que seu nível de inglês era intermediário. Como foi pra você fazer o teste de proeficiência? (você fez IELTS ou TOEFL?) To com essa dúvida. Cara mais uma vez, parabéns!
ResponderExcluirWill,
ExcluirFiz o TOEFL ITP que foi disponibilizado pela própria CAPES para os alunos que passaram da "2ª fase" do processo do Ciência sem Fronteiras, que é depois de quando você é homologado pela sua universidade. Eu tirei 533 de 677 e acabei pegando um curso de inglês de 5 meses antes de começar minhas atividades na graduação.