Não há melhor forma de reparar
desacertos do que conversando com quem tem o direito de escutar as suas
explicações. Não é que a conversa vá garantir a correção das suas falhas, mas
quando as suas palavras se mostram em concordância com o que os seus olhos
querem expressar, o seu argumento se torna mais autêntico.
Ele
esperava, sentado no ponto do ônibus, que a qualquer instante ela dobrasse a
esquina e aparecesse disposta a reparar toda a confusão que tinha sido criada.
Já passava da hora marcada, mas o significado por trás dos últimos meses seria motivo suficiente para que ela se encontrasse com ele inclinada a começar
tudo de novo (ou pelo menos ele tentava se convencer disso).
“Se você quiser recomeçar, me encontra hoje às
16h no lugar onde aconteceu nosso primeiro beijo.”
A mentalidade
adolescente poderia estar voltando, deixou-se refletir por algum tempo, ou ele
apenas estava ridiculamente apaixonado. Ela talvez não tivesse entendido a mensagem. No final de tudo, pensou, detalhes como o lugar do primeiro beijo, a data do primeiro encontro ou a roupa da primeira vez fossem minúcias que apenas cabeças imaturas conservavam.
Levantou-se por um momento e permaneceu
em pé, olhando em ambas as direções sem encontrar o que
procurava. Já estava certo de que ela não apareceria e a frustração era incontestável. Ele começou, então, a andar seguindo o caminho de volta para a casa,
mas sempre olhando para trás com algum resquício de esperança.
Era uma ingrata, alguém
que não era capaz de reconhecer o valor de tudo o que se permitiram e que sem
dúvida não merecia o que ele estava disposto a abdicar por esse relacionamento. Desapontado, ele pensou nisso tudo e em outras coisas mais. Não chegou a pensar,
porém, que ela talvez tivesse um lugar diferente em mente de onde teria acontecido o primeiro beijo dos dois.
Quero a continuação desse texto, apenas.
ResponderExcluirÉ muito difícil dizer tanto em tão poucas palavras. Meus parabéns, mesmo. Fiquei com inveja. Participei do concurso da Capricho há uns anos atrás, que tinha que escrever contos em 500 palavras. Cara, como eu chorava pra cortar coisas D:
ResponderExcluirMas falando da crônica em si. O primeiro parágrafo, senhor, é verdade pura. Pena que sou uma daquelas que não consegue dizer - e acabo escrevendo mil e uma cartas, poesias, crônicas, mas não consigo falar. Triste.
E não diga que lembrar do primeiro beijo e do primeiro encontro é para cabeças imaturas D: Eu lembro todas as datas de um dos meus namorados - e só dele. Vai entender D:
Quero mais 300 palavras dessa trama.
Beijos, Luu
Degradê Invisível
Pô, marcar e não ir é muita mancada. Levar o bolo não é nada legal. Digo porque já levei alguns u__u. Mas, sabe o que isso significa: imaturidade dos dois. Irresponsabilidade dela. Ok, gostei do aspecto verossimil do conto.
ResponderExcluirA-MEI!!! Amei, amei, amei.
ResponderExcluirQue suavidade para escrever, que delicadeza, que texto incrível!!!!
Uma pena, claro... Fiquei pensando que seria legal ela, no final, chamando ele.
E acho que o amor é um tanto infantil. Aos vinte e seis anos de idade, sei de cor datas, roupas e cheiros. ;)
Beijos
Legal!
ResponderExcluirGostei da ideia do microconto. Eu bem que queria escrever algo pequeno assim, mas quando começo a escrever não consigo parar. Gosto de deixar fluir. Talvez um dia eu consigo me policiar mais.
Gostei da sua escrita e também fiquei com um gostinho de quero mais!! :)
Beijusss;
http://hipercriativa.blogspot.com.br/
Linda a mensagem que seu texto passa. Realmente reconhecer nossos erros nem sempre é fácil. E temos a persistente "mania" de julgar as atitudes dos outros sem antes saber o real motivo daquilo.
ResponderExcluirParabéns, adorei o texto!
Samantha Artes e Books
Simplesmente: uau. Eu tenho grande dificuldade de enxugar o texto até ele se tornar "micro". Seu trabalho foi sensacional. Está de parabéns.
ResponderExcluirAbraços!
Lê
www.diarioquaseescritora.blogspot.com
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