A revista Vanity Fair foi um dos primeiros veículos de comunicação a publicarem um dossiê sobre a gangue com a reportagem "Os Suspeitos Usavam Louboutin" da Nancy Jo Sales. Como extensão da reportagem, que virou referência sobre o caso, nasceu o livro "Bling Ring: A Gangue de Hollywood". Nancy transformou o artigo da Vanity Fair em uma biografia dos membros da gangue, discutindo a sede pela fama tão presente nos jovens e a deturpação que a mídia faz na cabeça dos mais novos. Depois de um tempo, o livro se transformou em um filme dirigido pela Sofia Coppola, que sempre abordou a frivolidade da fama nos seus filmes, vide Lost in Translation (2003) e Marie Antoinette (2006). No final das contas, se pensarmos bem, os adolescentes acabaram ganhando a fama que tanto glorificavam, mesmo que não do jeito que talvez tivessem imaginado inicialmente.
Embora a história tenha potencial, Nancy Jo Sales caiu no abismo das generalizações ao tentar fazer com que alguns pontos se conectassem no seu livro. A partir de temas como narcisismo, o rompimento do núcleo familiar, as regras impostas ao sexo feminino e até mesmo o estilo musical hip-hop, a autora tenta sustentar suas hipóteses sobre o motivo de os adolescentes de hoje serem mais "travessos" e rebeldes. Nancy compara artistas contemporâneos como Katy Perry com músicos de décadas passadas como Aretha Franklin, por exemplo, em uma tentativa sútil de afirmar que a música hoje influência jovens a fazerem maldades. Ao fazer essa comparação, a autora mostra certo desconhecimento das décadas de 70, 80 e 90, onde artistas musicais certamente não eram só amor e religião.
Como mencionei antes, a autora utiliza o hip-hop como forma de sustentar a ideia de que as músicas contemporâneas "levam os jovens para o mal caminho". Nancy salienta que o hip-hop um dia já foi uma forma de expressão político-social que comunicava a desigualdade e o preconceito tão desvelado nos Estados Unidos, mas que hoje as letras das músicas se resumem a bundas, ostentação e dinheiro, como se o hip-hop politicamente correto tivesse sido completamente engolido pelo rap mais gangsta do Jay Z, 50 Cent e P. Diddy e não existisse mais. Ao dar a entender isso no seu texto, Nancy se esquece de nomes como M.I.A., Unlimited Minds e Macklemore com suas letras que fazem críticas ao consumo desenfreado (Wing$) e a homofobia (Same Love), letras de músicas recentes e bem famosas.
Como mencionei antes, a autora utiliza o hip-hop como forma de sustentar a ideia de que as músicas contemporâneas "levam os jovens para o mal caminho". Nancy salienta que o hip-hop um dia já foi uma forma de expressão político-social que comunicava a desigualdade e o preconceito tão desvelado nos Estados Unidos, mas que hoje as letras das músicas se resumem a bundas, ostentação e dinheiro, como se o hip-hop politicamente correto tivesse sido completamente engolido pelo rap mais gangsta do Jay Z, 50 Cent e P. Diddy e não existisse mais. Ao dar a entender isso no seu texto, Nancy se esquece de nomes como M.I.A., Unlimited Minds e Macklemore com suas letras que fazem críticas ao consumo desenfreado (Wing$) e a homofobia (Same Love), letras de músicas recentes e bem famosas.
Deixando de lado as inconsistências, generalizações e desconcertantes referências a cultura pop, Nancy consegue contar a história da gangue, descrevendo como eles viviam entre membros da classe média alta da Califórnia e como, por causa da constante necessidade de se envaidecer em redes sociais usando as roupas surrupiadas, eles foram capturados pela polícia norte-americana. O livro não chega a ser uma péssima leitura, pois com as anedotas da autora e algumas pesquisas referentes ao universo Hollywoodiano, a obra conseguiu atingir o seu principal objetivo: apresentar um dossiê sobre a gangue de adolescentes mais famosa de Hollywood em tempo para o lançamento do filme da Sofia Coppola em maio de 2013, mesmo mês de lançamento do livro nos Estados Unidos.
Bling Ring: A Gangue de Hollywood não chega a ser um livro com um péssimo background, pois a Nancy Jo Sales é autoridade jornalística no caso, tendo realizado entrevistas com todos os envolvidos e mesmo com indivíduos tangencialmente envolvidos com a história. Após certo ponto na obra, a autora deixa um pouco as generalizações, ainda que ela tenha perdido a oportunidade de fazer correlações mais interessantes ao invés de apenas jogar dados como que com medo de conectar os pontos ou ir mais além. Quando o livro finalmente para de defender a tese de que a mídia cria gangues de adolescentes fissurados por celebridades, o relato fica interessante. No entanto, mesmo com a longa bibliografia no final do livro, a forma como a autora apresenta suas hipóteses parece como alguém tentando desesperadamente pegar bolhas de sabão para fundi-las no ar, mas deixando todas as bolhas estourarem antes de se unirem.
Autor(a): Nancy Jo Sales
Ano: 2013
Páginas: 272
Editora: Intrínseca
Olha, sabe que a sua não é a primeira resenha negativa que vejo desse livro. Não li Bling Ring, mas sabe que até fiquei interessada devido à cara mais jornalística e tal, mas acabei nem indo atrás para ler o livro. Agora o filme eu vi e gostei muito da maneira como Coppola apresentou a história e as atitudes dos personagens, sem um julgamento direto, mas deixando tudo para que o espectador tire suas conclusões. Quanto ao livro, acho que hoje nem o leria mais, a curiosidade meio que já se esvaiu há um tempo.
ResponderExcluirBeijos, Livro Lab
Eu basicamente só me interessei pelo livro por causa do filme da Coppola, mas de alguma forma já imaginava o que eu iria encontrar. Mas como você mesmo disse, foi a curiosidade que me fez querer ler, mas infelizmente a leitura não foi das melhores, mas não foi das piores também.
ExcluirOlá Elder,
ResponderExcluirEu não conhecia o livro e nem o filme, depois de ler a sua resenha fui fazer uma pesquisa sobre ambos, parece que o lado negativo do livro tem sido a maioria! às vezes mesmo sem conhecer um livro dá pra ter uma ideia de como ele é, seja bom ou ruim, não digo que acho que esse livro possa ser ruim, até porque para um livro ser ruim, tem que ser muito péssimo, mas esse parece não ser tão interessante assim, algumas pegas parecem ser mais legais, porém na maioria acho não tão atrativa assim. Me corrija se eu estiver errada, um caso real que ganhou toda a imprensa, logo virou um livro e em seguida filme, até ai certo, mas acho que mesmo a gangue tendo tido toda a fama, a ideia de um livro à respeito não fica boa, um filme documentário,talvez, mas livro... não sei se eu leria! pela sua resenha já deu pra entender um pouco sobre ele e saber que não é do meu estilo literário, mas não o descartaria.
Eu simplesmente amo Eduardo Spohr, todos os livros dele são fascinantes, já li todos e espero ansiosamente, pelo último livro da trilogia, Filhos do Éden, já está para ser lançada, ele inclusive já está terminando de reler para publicar, está nos últimos ajustes, provavelmente será lançado em junho! eu ainda não fiz nenhuma resenha dele no meu blog, pois como são tão bons, vou ter que reler todos para fazer uma resenha à altura, gostei da sua!
http://vocedebemcomaleitura.blogspot.com.br
Eu vi o filme e ele definitivamente não me conquistou, por isso nem fui atrás do livro :/
ResponderExcluirhttp://chadesaudade.blogspot.com.br/
Oi Elder, tudo bem? Gostei da sua resenha, mas não tenho muito interesse nem no livro nem no filme. Parece que a autora fez um monte de generalizações e jogou um monte de fatos sem argumentos válidos para embasar suas teorias.
ResponderExcluirBeijinhos,
Rafaella Lima // Vamos Falar de Livros?
Oi, Elder! Como vai?
ResponderExcluirQueria muuuuito ler Bling Ring, mas não suporto gente que (acha que) tem argumento sem fundamento - então não é bem um argumento, é?! Apesar disso eu AMEI o filme, de verdade. Adoro essas histórias reais que são abordadas em filmes de uma maneira legal. Como, pelo visto, o filme não foi baseado no livro e vice versa, eles devem ser um tanto quanto diferentes; há várias maneiras de se contar uma mesma história. Não sei se você já assistiu ao filme, mas eu, particularmente, não vi nenhum indício de opinião sobre os artistas e tudo o mais, é só a história deles. Creio que, se eu ler o livro, baseado no que você disse, não me agradará tanto, então no momento eu vou ficar sem ler, até porque não tenho, hahaha.
Beijinhos,
Karol.
www.heykarol.com
Eu curti o filme também, Karol! Eu gostei do fato de que a Sofia Coppola apenas mostra a história e, se existir algum julgamento, é do telespectador e não da diretora do filme.
ExcluirOlá!!!
ResponderExcluireu na verdade tenho bastante curiosidade de ler esse livro, ele me parece bem interessante, como vi o pessoal comentando muito sobre o filme acho que vou assisti-lo primeiro ;) adorei sua resenha.
http://notinhasderodape.blogspot.com.br
Boa resenha, é uma opinião bem forte a sua!
ResponderExcluirBem, parece interessante. Verei o filme primeiro, se agradar, aprofundo lendo o livro!
zo/
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Tkz!
Oi!
ResponderExcluirEu conhecia a história mas não tenho muita curiosidade para ler o livro, porém assistiria o filme sem problemas =)
Gostei muito da resenha,
Bjs,
Fernanda
http://blogimaginacaoliteraria.blogspot.com.br/
Olá, querido. Que saudade! Vi seu comentário lá no blog e fiquei feliz. Muito obrigada por se lembrar de mim.
ResponderExcluirJuro que não conhecia esse livro. Já ouvi falar sobre o filme, mas nem me interessou muito. Então a leitura não foi das melhores, né? Assunto fútil... Só poderia dar nisso.
Beijos,
Isis.
Olá, querido. Que saudade! Vi seu comentário lá no blog e fiquei feliz. Muito obrigada por se lembrar de mim.
ResponderExcluirJuro que não conhecia esse livro. Já ouvi falar sobre o filme, mas nem me interessou muito. Então a leitura não foi das melhores, né? Assunto fútil... Só poderia dar nisso.
Beijos,
Isis.